terça-feira, 11 de setembro de 2012

DOAÇÃO DE CORPOS

ANATOMIA



DOAÇÃO DE CORPOS



DISSECAÇÃO DE CADÁVER

. (Por: Valdemir Mota de Menezes, o Escriba)



INTRODUÇÃO



A dissecação de cadáver para fins científicos e de estudo de anatomia, já sofreu severas restrições, principalmente por questões religiosas, pois muitas religiões consideravam o corpo humano inviolável, mesmo depois da morte, sua dissecação era considerada vilipendio e profanação do sagrado. Na Idade Média muitas dissecações eram feitas as escondidas, nos porões. Mesmo hoje, ainda existem muitas restrições para o uso dos cadáveres para estudo. Há restrições de ambiente para estes estudos e dificuldades para obtenção de cadáveres.



LEONARDO DA VINCI



O grande gênio da humanidade que surgiu no fim da Idade Média, Leonardo da Vinci fez importantes trabalhos de dissecação de cadáveres. Como excelente desenhista que foi, Da Vinci retratou com perfeições, em muitos quadros, perfeitas representações dos órgãos humanos, detalhes de muitos músculos, nervos e do sistema circulatório. Mas seus trabalhos científicos com cadáveres lhe custaram acusações de falta de respeito aos mortos.







ANATOMIA



A utilização de corpos humanos nos estudos de Anatomia é fundamental para que o profissional da área médica possa se habituar ao contato com o corpo humano, afinal, o corpo humano é a massa de trabalho do médico. Logo nos primeiros anos de estudo de medicina, é preciso estudar anatomia, pois sem o perfeito conhecimento de como funciona um corpo humano, fica impossível abordar temas como doenças, tratamentos, cirurgias e etc... Um médico não pode se limitar a estudar anatomia humana de forma virtual, ele precisa ter intimidade com o tato junto ao corpo humano. Os programas de computadores ajudam muito em vasculhar o universo do corpo, mas os médicos trabalham com gente e com corpos humanos e por isso o estudo da Medicina não pode dispensar os cadáveres para dissecação.



LEGISLAÇÃO





De acordo com a legislação brasileira, além do doador assinar um termo de doação, sua família também tem que concordar com a decisão, para que seja efetivada a doação.



Em específico, duas Leis brasileiras abordam a questão das doações de corpos para instituições de ensino, são elas:



1 - Artigo 14 da Lei 010.406.2002 do Código Civil brasileiro: é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte para depois da morte.

2 - A lei 8.501/92, em seu art. 2º, diz: “o cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de trinta dias, poderá ser destinado às escolas de medicina, para fins de ensino e de pesquisa de caráter científico.”



CONSERVAÇÃO DO CADÁVER

Durante o tempo que a Instituição de Ensino utiliza o cadáver, o mesmo é tratado a base de formol e glicerina para que não se decomponha. A parte da ciência que estuda a conservação de cadáveres é a Tanatopraxia.



PRECONCEITOS

Algumas idéias preconceituosas preenchem o imaginário popular, tais como: ao se doar o corpo para pesquisa, estaríamos ofendendo a Deus e impedindo da alma do falecido em ter paz, por ter o seu corpo manipulado por pessoas. Este medo não faz sentido, porque muitas pessoas têm mortes traumáticas, tem os seus corpos dilacerados em acidentes, ou devorados por centenas de peixes e crustáceos, quando morrem afogadas, se Deus é onipotente, Ele não terá dificuldade em ressuscitar (para os que acreditam na Ressurreição) um corpo enterrado, comido pelos vermes, um corpo paulatinamente dissecado em estudos científicos, e nem terá Deus dificuldade em ressuscitar um corpo evaporado em um incêndio ou cremado. Quem deixa de doar o corpo por respeito a Deus, está sendo ignorante, como diz o ditado: “Quem não sabe orar, xinga Deus”. Deus não pode ser pretexto para entregarmos os nossos corpos aos vermes da terra, em vez de entregarmos para o bem da ciência. Outro medo irracional é achar que os médicos deixaram de atender com eficiência um caso de emergência por saber que a pessoa é doadora de corpo, e que os médicos seriam mal-intencionados propositalmente para que a vitima morresse e assim, houve mais um corpo para estudos. Em primeiro lugar, um médico de plantão não possui tais informações do paciente que chega a uma emergência no hospital. Em segundo lugar, o médico não ganharia nada deixando um paciente morrer, já que o sistema prevê apenas doação de corpos e não venda de cadáveres. Tais lendas urbanas só conseguem se alojar nas mentes dos supersticiosos.

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