domingo, 17 de junho de 2018

FALTA DE UMA MEDICINA HUMANA

Do The Epoch Times

A falta de uma medicina humana

Autor: 
(Ragesoss/Wikimedia Commons)
A indústria farmacêutica pretende alcançar em 2015, somente no Brasil, um mercado de R$ 110 bilhões, segundo estudo do IMS Health (Ragesoss/Wikimedia Commons)
Hoje, a maioria das pessoas está descontente com os resultados da medicina convencional, e isso tem fundamentos.
A medicina moderna baseia-se na ciência experimental, que está fundamentada no “método científico”, o qual integra em si os conceitos e princípios da física newtoniana, do cartesianismo e do empirismo moderno. Disso resulta uma medicina que tem uma base filosófica materialista e utiliza os experimentos, a análise, a lógica, a dedução, as leis da física e os cálculos matemáticos para formar uma visão do ser humano, de suas doenças, dos métodos terapêuticos e da cura.
Apesar do grande conhecimento físico sobre o corpo humano gerado pela medicina moderna e dos sucessos na aplicação dos recursos terapêuticos para o tratamento das doenças, seus princípios e sua metodologia resultaram numa visão árida, incompleta e fragmentada do ser humano.
Essa visão materialista encara o ser humano como um ser puramente biológico, vivendo dentro de um ambiente material e relacionando-se através de seus instintos e produções psíquicas. E suas produções psíquicas são consideradas apenas como subprodutos de suas reações bioquímicas.
A partir dessa visão, em geral, desconsideram-se os significados emocionais e existenciais da vida do paciente, as relações entre a sua mente, o seu corpo e suas doenças, entre outras coisas. Isso ocasiona uma perda do sentido integrado do indivíduo com os vários aspectos de sua vida e impede uma compreensão sábia e inteligente sobre as reais causas de suas doenças por parte do médico – que devido a isso é incapaz de tratá-lo em profundidade, mediante os métodos corretos.
Além disso, como a medicina moderna desumanizou-se e desespiritualizou-se – perdendo parâmetros e princípios humanos, espirituais, integrativos, holísticos e mesmo éticos -, ela também degenerou-se, submetendo-se e até associando-se às grandes multinacionais farmacêuticas, criando uma “indústria da doença”, onde o foco não é mais a pessoa, mas sim a doença e o remédio. É por isso que hoje o foco da medicina e da farmácia modernas não é mais a busca da saúde humana, mas sim a pesquisa de remédios e de métodos para tratar doenças e oferecê-los continuamente aos doentes.
Gerou-se um ciclo vicioso de criar remédios e terapias para as doenças, sem buscar as causas fundamentais do sofrimento e das consequentes doenças humanas e suas curas reais.
Segundo um estudo da IMS Health – empresa que fornece informações, serviços e tecnologia para o setor de saúde no mundo – a indústria farmacêutica pretende alcançar em 2015, somente no Brasil, um mercado de R$ 110 bilhões.  Já, no mundo, em 2011, o mercado farmacêutico alcançou cerca de U$ 950 bilhões.
Os gráficos e relatórios da IMS Health mostram subidas de posições no mercado, preocupações com os lucros, “Top 20 de produtos globais”, “Melhores empresas de vendas nos EUA”, mostram o ranking, o crescimento e o aumento de vendas em relação às 20 doenças que afetam mais as pessoas nos EUA (“Top 20 classes terapêuticas”).
É chocante, mas real: as doenças são vistas a partir da perspectiva de vendas de remédios, como fonte de lucros e enriquecimento, e como meio para o sucesso na escalada do mercado global.
O que fazer a partir desse cenário? Educar-se sobre a sua saúde, sobre os meios naturais de tratar-se e curar-se e sobre as boas práticas para a saúde. E, quando for preciso, buscar os bons médicos e terapeutas que têm uma visão humana e integrada das pessoas e que usam meios naturais e alternativos para o tratamento, a cura e o restabelecimento da saúde.
Mas, precisamos ser cuidadosos, porque também nos meios ditos alternativos existem pessoas ambiciosas e embusteiras, e por isso, precisamos usar a nossa sensibilidade e inteligência para discernir entre os bons e os maus médicos e terapeutas. Em geral, os mais doces e humanos, que não cobram exorbitâncias e são interessados e atentos em nós e na resolução de nossos problemas, são os realmente bons.
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Alberto Fiaschitello é terapeuta naturalista e cientista social.

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