Do The Epoch Times
Autor: Alberto Fiaschitello
A indústria farmacêutica pretende alcançar em 2015, somente no
Brasil, um mercado de R$ 110 bilhões, segundo estudo do IMS Health
(Ragesoss/Wikimedia Commons)
Hoje, a maioria das pessoas está descontente com os resultados da medicina convencional, e isso tem fundamentos.
A medicina moderna baseia-se na ciência experimental, que está
fundamentada no “método científico”, o qual integra em si os conceitos e
princípios da física newtoniana, do cartesianismo e do empirismo
moderno. Disso resulta uma medicina que tem uma base filosófica
materialista e utiliza os experimentos, a análise, a lógica, a dedução,
as leis da física e os cálculos matemáticos para formar uma visão do ser
humano, de suas doenças, dos métodos terapêuticos e da cura.
Apesar do grande conhecimento físico sobre o corpo humano gerado pela
medicina moderna e dos sucessos na aplicação dos recursos terapêuticos
para o tratamento das doenças, seus princípios e sua metodologia
resultaram numa visão árida, incompleta e fragmentada do ser humano.
Essa visão materialista encara o ser humano como um ser puramente
biológico, vivendo dentro de um ambiente material e relacionando-se
através de seus instintos e produções psíquicas. E suas produções
psíquicas são consideradas apenas como subprodutos de suas reações
bioquímicas.
A partir dessa visão, em geral, desconsideram-se os significados
emocionais e existenciais da vida do paciente, as relações entre a sua
mente, o seu corpo e suas doenças, entre outras coisas. Isso ocasiona
uma perda do sentido integrado do indivíduo com os vários aspectos de
sua vida e impede uma compreensão sábia e inteligente sobre as reais
causas de suas doenças por parte do médico – que devido a isso é incapaz
de tratá-lo em profundidade, mediante os métodos corretos.
Além disso, como a medicina moderna desumanizou-se e
desespiritualizou-se – perdendo parâmetros e princípios humanos,
espirituais, integrativos, holísticos e mesmo éticos -, ela também
degenerou-se, submetendo-se e até associando-se às grandes
multinacionais farmacêuticas, criando uma “indústria da doença”, onde o
foco não é mais a pessoa, mas sim a doença e o remédio. É por isso que
hoje o foco da medicina e da farmácia modernas não é mais a busca da
saúde humana, mas sim a pesquisa de remédios e de métodos para tratar
doenças e oferecê-los continuamente aos doentes.
Gerou-se um ciclo vicioso de criar remédios e terapias para as
doenças, sem buscar as causas fundamentais do sofrimento e das
consequentes doenças humanas e suas curas reais.
Segundo um estudo da IMS Health – empresa que fornece informações,
serviços e tecnologia para o setor de saúde no mundo – a indústria
farmacêutica pretende alcançar em 2015, somente no Brasil, um mercado de
R$ 110 bilhões. Já, no mundo, em 2011, o mercado farmacêutico alcançou
cerca de U$ 950 bilhões.
Os gráficos e relatórios da IMS Health mostram subidas de posições no
mercado, preocupações com os lucros, “Top 20 de produtos globais”,
“Melhores empresas de vendas nos EUA”, mostram o ranking, o crescimento e
o aumento de vendas em relação às 20 doenças que afetam mais as pessoas
nos EUA (“Top 20 classes terapêuticas”).
É chocante, mas real: as doenças são vistas a partir da perspectiva
de vendas de remédios, como fonte de lucros e enriquecimento, e como
meio para o sucesso na escalada do mercado global.
O que fazer a partir desse cenário? Educar-se sobre a sua saúde,
sobre os meios naturais de tratar-se e curar-se e sobre as boas práticas
para a saúde. E, quando for preciso, buscar os bons médicos e
terapeutas que têm uma visão humana e integrada das pessoas e que usam
meios naturais e alternativos para o tratamento, a cura e o
restabelecimento da saúde.
Mas, precisamos ser cuidadosos, porque também nos meios ditos
alternativos existem pessoas ambiciosas e embusteiras, e por isso,
precisamos usar a nossa sensibilidade e inteligência para discernir
entre os bons e os maus médicos e terapeutas. Em geral, os mais doces e
humanos, que não cobram exorbitâncias e são interessados e atentos em
nós e na resolução de nossos problemas, são os realmente bons.
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Alberto Fiaschitello é terapeuta naturalista e cientista social.